sábado, 3 de dezembro de 2011

O Fabuloso Destino de Amelie Poulain (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain, 2001)

Diretor: Jean Pierre Jeunet
Elenco: Audrey Tautou, Mathieu Kassovitz, Jamez Debbouze, Isabelle Nanty, Dominique Pinon
Gênero: Comedia/Fantasia/Drama/Romance



Dez anos depois de nos brindar com Delicatessen (1991), uma divertida comédia francesa de humor negro que assisti ainda criança, Jean-Pierre Jeunet repete a dose, dessa vez com mais pureza em O Fabuloso Destino de Amelie Poulain.


A jovem e inocente garçonete Amelie, encontra uma caixa escondida no banheiro de sua casa e, pensando que pertencesse a um antigo morador, decide procurá-lo . Vendo que o velho senhor fica emocionado e chora de alegria ao reaver o seu objeto, a moça fica impressionada e adquire uma nova visão do mundo, decidindo, assim, realizar pequenos gestos para ajudar as pessoas que a rodeiam, vendo nisto um novo sentido para sua existência.


Envolvido em uma atmosfera onírica que mescla cores fortes e tons sombrios, ângulos anômalos e sons ocasionalmente bizarros, O Fabuloso Destino de Amelie Poulain é um filme que tem como principal mérito mostrar como as coisas simples da vida são importantes, como elas nos transformam e montam nosso caráter a cada momento. 


Coisas como um simples telefonema, um agradecimento, um reconhecimento podem nos transformar para sempre, apesar de serem desvalorizados em sua imensa importância simplesmente por serem algo cotidiano. E algumas dessas coisas são tão imensas em seu significado que tornam-se medíocres quando citadas, cabendo a cada um de nós guardar para nós mesmos o seu valor. 


Nota-se bem isso na obra, por exemplo, quando, em certo momento, um personagem comenta: “A vida é engraçada! Para a criança, o tempo não passa, e de repente, temos 50 anos. E o que nos sobra da infância cabe em uma pequena caixa enferrujada.” 


Algo tão significativo como as experiências vividas por nós em nossa infância não deveria caber em uma pequena caixa. Entretanto, cabe. É o que nos mostra Amelie Poulain, ao descobrir que suas pequenas ações podem transformar a vida das pessoas à sua volta através de coisas simples que estão ao alcance de nossas mãos. E de repente ela dá olhos ao cego; esperanças para um velho que se vê em uma vida sem objetivo; traz o perdão a um antigo relacionamento que só traz mágoa, dentre tantas outras boas ações. 


E assim, ao terminar de assistir o filme que revelou ao mundo Audrei Tatou, ficamos com aquela sensação de leveza, e a certeza que o mundo poderia ser um lugar melhor pra se viver: depende apenas de nossas pequenas ações.
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