quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Cavalo de Guerra (War Horse, 2011)

Gênero: Drama e Guerra
Duração: 146 min.
Origem: Estados Unidos e Índia
Direção:
 Steven Spielberg
Roteiro: Lee Hall e Richard Curtis
Ano:
 2011
Elenco: Benedict Cumberbatch, Tom Hiddleston, David Thewlis, Emily Watson, Toby Kebbell, Eddie Marsan, David Kross, Peter Mullan, Jeremy Irvine

Cavalo de Guerra conta a história da amizade de um jovem e um cavalo de fazenda que, devido à dificuldade financeira de seu dono, pai do jovem, acaba vendendo-o para um oficial para que fosse usado durante a Primeira Grande Guerra Mundial. A partir daí, passa a narrar a trajetória do animal passando pelas mãos de diversas pessoas enquanto o jovem tenta reencontrá-lo.

Com uma fotografia que nos remete aos filmes da época de ouro do cinema como ...E o Vento Levou e Cidadão Kane, Cavalo de Guerra é tecnicamente impecável. Entretanto, comete o mesmo erro que o filme Austrália cometeu: ser um filme que a todo momento parece mostrar que veio para ser grandioso. Filmes grandiosos simplesmente são, sem precisar esforçarem-se para isso. Um bom exemplo de filme grandioso no século XXI é Sangue Negro, de P.T. Anderson, onde a técnica aliada à história e às atuações nos proporciona um espetáculo para os olhos e para a mente.

Entretanto, Spielberg, dessa vez, não pareceu se incomodar com o cérebro de seus espectadores. Com diálogos expositivos e, de certa forma, mecânicos demais, os personagens parecem muitas vezes artificiais em seus atos. Talvez o caráter episódico da narrativa os força a isso, entretanto, não creio que essa seja uma justificativa para um diretor do naipe de Spielberg. Assim, a promessa que o oficial do exército faz ao jovem antes de levar o cavalo para a guerra, ou a reação do comprador do cavalo, ao final, em um leilão, ou mesmo a atitude dos moradores da aldeia ao pararem suas atividades para verem um cavalo e um jovem arando um campo soam extremamente forçadas e inverossímeis, falhando na identificação que o expectador poderia vir a criar com os personagens, comprometendo seriamente a carga dramática do filme.

Confesso que, por nunca ter tido uma experiência ruim no cinema com relação aos filmes de Steven Spielberg (não há sequer um filme vergonhosamente ruim em toda sua filmografia), fui assistir Cavalo de Guerra esperando muito. Além disso, o fundo histórico trata-se um de meus temas preferidos: a guerra. Sendo assim, Cavalo de Guerra me decepcionou um pouco por não ser tão memorável quanto o filme aparentou que seria.

Entretanto, Cavalo de Guerra possui cenas que, por si só  valem a ida ao cinema. Cenas geniais, que parecem ter sido trabalhadas para justificarem a realização do filme inteiro: um bom exemplo é a tomada da batalha, onde o cavalo corre pela trincheira enquanto vemos a guerra explodir ao fundo. É de tirar o fôlego. Outra cena memorável é uma tomada que mostra ao mesmo tempo que esconde a execução de certo personagem. E a cena final, com sua explosão das cores de um pôr do sol em regiões campestres, que soam exatamente como uma homenagem aos anteriormente referidos filmes da época de ouro do cinema, chega a ser tão plástica que funciona perfeitamente, cabendo inteiramente em seu propósito. Nesses pontos, Spielberg mostra sua competência. A trilha sonora de John Williams, como não poderia deixar de ser, também é bem interessante.

Assim, longe de ser um filme ruim, mas facilmente esquecível, Cavalo de Guerra é uma experiência apenas mediana de entretenimento de um diretor que poderia ter feito algo realmente grandioso com o material que tinha em mãos.   


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Um comentário:

  1. Estou achando difícil assistir qqr coisa do Spielberg ultimamente. Não pq as produções estejam ruins, mas porque acho que sempre espero demais dele, e sua época áurea já passou (ou eu cresci e não consigo mais curtir tanto). Mas quero ver esse filme. Só espero que o cavalo não morra

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