Elenco: Jake Gyllenhaal, Michelle Monaghan, Vera Farmiga, Jeffrey Wright, Russell Peters, James A. Woods, Michael Arden.
Direção: Duncan Jones
Gênero: Ficção Científica
Duração: 93 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Contra o tempo é daqueles filmes que nos deixam completamente ligados, demonstrando eficiência da direção, agilidade e inteligência do roteiro. Com um enredo que nos remete à Déjà Vu, de Tony Scott, a trama nos apresenta Colter Stevens, um militar que acorda no corpo de um homem desconhecido dentro de um trem que contém uma bomba e que está seguindo em direção à cidade de Chicago. Descobre, então, que faz parte de um programa experimental do Governo chamado Source Code, que permite passar pela vida de outra pessoa em seus últimos oito minutos de vida. A partir daí, o capitão tem pouco tempo para descobrir a identidade do terrorista e salvar a cidade de outros ataques.
Jake Gyllenhaal atua de forma convincente na pele do capitão Stevens, demonstrando mais uma vez sua competência ao se apegar aos pequenos detalhes para compor seu personagem (reparem, por exemplo, em sua feição facial na primeira cena em que ele aparece, ao acordar no corpo de um desconhecido). Vera Farmiga também não fica atrás ao interpretar Colleen Goodwin, uma capitã que é o contato com Stevens para com o mundo exterior, servindo também como ponte entre o expectador e a situação pelo qual aos poucos somos apresentados (comentar mais revelaria partes importantes da trama).
Duncan Jones, um diretor novato no mundo dos longa metragens, já demonstra também sua competência ao dirigir seu primeiro longa depois do excelente, claustrofóbico e sombrio Lunar. A interessante forma de montar a história a cada oito minutos, permitindo que conheçamos um pouco mais dos personagens em tela antes que tudo se reinicie é algo que, apesar de não ser inovador no cinema, serviu como um importante condão narrativo para que gere uma certa tensão, colocando-nos par a par com os personagens: ora, se eles não sabem o que está acontecendo, nós também não. Assim, aos poucos e juntamente com o capitão Stevens podemos entender um pouco mais acerca daquela missão e nos surpreendermos com as graduais revelações que o roteiro inteligentemente nos esconde.
Assim, com uma direção e um roteiro competentes e atuações convincentes, Contra o Tempo, acaba se tornando surpreendente no sentido de ser um filme cujo estilo não conseguimos definir, podendo ser considerado uma ficção científica, um romance de aventura ou até mesmo um filme de ação, agradando qualquer público que goste de ao menos um desses estilos. Geralmente, tal caráter misto é tido como ponto negativo, pois aponta um roteiro fraco e insegurança na direção. Entretanto, Duncan Jones acertou em cheio ao nos apresentar um final prolongado, revelando as intenções dos criadores do programa ao qual o capitão Stevens foi sujeito, assim como uma saída, de certa forma, triste e feliz para o destino do personagem.
Em grupos de cinéfilos que participo, sejam eles reais ou virtuais, existe muita gente dizendo que o roteiro é cheio de buracos e falhas, e que o final prolongado é uma tentativa desesperada de encobrir isso. Acredito que tal posicionamento foi por simples falta de entendimento a respeito de como funciona a teoria dos Universos Paralelos. Não posso falar mais porque seria revelar demais a respeito de Contra o Tempo. Apenas insisto que assistam e tirem suas próprias conclusões.
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